terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Alice  levou um pequeno susto ao ver o Gato  de Cheshire sentado sobre o ramos de uma árvore a pouca distância.
O Gato apenas  sorriu quando viu Alice. Ele parecia bem natural, ela pensou, e tinha  garras muito longas e muitos dentes grandes, assim ela sentiu que  deveria tratá-lo com respeito.
“Gatinho de Cheshire”, começou, bem  timidamente, pois não tinha certeza se ele gostaria de ser chamado  assim: entretando ele apenas sorriu um pouco mais. “Acho que ele  gostou”, pensou Alice, e continuou. “O senhor poderia me dizer, por  favor, qual o caminho que devo tomar para sair daqui?”
“Isso depende  muito de para onde você quer ir”, respondeu o Gato.
“Não me importo  muito para onde...”, retrucou Alice.
“Então não  importa o caminho que você escolha”, disse o Gato.
“...contanto que  dê em algum lugar”, Alice completou.
“Oh, você pode  ter certeza que vai chegar”, disse o Gato, “se você caminhar bastante.”
Alice sentiu que  isso não deveria ser negado, então ela tentou outra pergunta.
“Que tipo de  gente vive lá?”
“Naquela direção”, o Gato disse, apontando  sua pata direita em círculo, “vive o Chapeleiro, e naquela”, apontando a  outra pata, “vive a Lebre de Março. Visite qualquer um que você queira,  os dois são malucos.”
“Mas eu não quero ficar entre gente  maluca”, Alice retrucou.
“Oh, você não tem saída”, disse o Gato,  “nós somos todos malucos aqui. Eu sou louco. Você é louca.”
“Como você sabe  que eu sou louca?”, perguntou Alice.
“Você deve ser”,  afirmou o Gato, “ou então não teria vindo para cá.”
Alice não achou  que isso provasse nada afinal: entretanto, ela continuou: “E como você  sabe que você é maluco?”
“Para começar”, disse o Gato, “um cachorro  não é louco. Você concorda?”
“Eu suponho que sim”, respondeu Alice.
“Então, bem”, o  Gato continuou, “você vê os cães rosnarem quando estão bravos e balançar  o rabo quando estão contentes. Bem, eu rosno quando estou feliz e  balanço o rabo quando estou bravo. Portanto, eu sou louco.”
“Eu chamaria  isso de ronronar, não rosnar”, disse Alice.
“Chame do que  você quiser”, disse o Gato. “Você vai jogar críquete com a Rainha hoje?”
“Eu gostaria  muito”, respondeu Alice, “mas ainda não fui convidada.” (Alice no País das Maravilhas)
Lewis Carroll
(Charles Lutwidge Dodgson 1832-1898)  ... "O Gato da minha Alice é preto com lindos olhos, sempre fixos, seu  olhar prenetra 
diretamante no mais intimo dos meus  sentimentos."
by Allexia.

 
 
Um comentário:
Amo essa passagem do livro!
Aliás, eu amo o livro todo.
Parabéns pelo Blog, é lindo!
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