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Eu sempre quis deixar-te uma mensagem
como a da brisa enquanto abraça o vento
ou como uma canção que vem da aragem
de tanto amor que envio em pensamento.
Eis que a vida nem sempre é uma viagem
por onde em tudo há mais contentamento
do que em viver lembranças da passagem
de um breve amor vivido além do tempo.
E eu sempre quis dizer-te que de alianças
o amor é o fruto além de algum momento
que se exauriu em mim como esperanças
exaustas de um silêncio em que lamento:
– Ai, de meus sumidouros de lembranças
onde lembrar é pior que o esquecimento!
Afonso Estebanez.
Um comentário:
As vezes o esquecimento nos salva de lembrar de coisas doloridas...
Mas tem coisas que é bom lembrar... pode não ter durado para sempre, mas durou o "sempre" que foi possível...
=)
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